A dor…
Conheço muitos tipos de dor…
Mas, de todas elas,
Nenhuma dói tanto
Como a dor de perder um amor
Nenhuma esvazia
Nenhuma corrói
Nenhuma magoa tanto!
O sentimento de amor
É difícil de explicar,
É um sonho
E até agora ainda ninguém
O conseguiu concretizar…
Vou ser louca ao ponto de tentar
A dor de perder um amor
É horrível,
É devastadora!
É uma tortura perder um amor
Um vazio intenso
Com uma escuridão surreal …
Uma garra malvada e gélida
Atacou o coração,
Mas não o fez devagar
Teve o cuidado
De lhe rasgar a pele,
Lenta e friamente,
Deixou-o a sangrar pingos de rubi
Gotas que gritam silenciosas
o seu sofrimento…
Tão secretamente
Que apenas a alma as ouve,
Ela que, solidária,
Deixa solenemente
Cair estrelas salgadas de cristal,
Estrelas que ardem no rosto
E que arrepiam o corpo.
As memórias vêm
E as estrelas que as acompanham
Reservam-lhes um lugar no céu,
Esquecem a alegria,
Esquecem a razão de viver,
Porque a única coisa que querem
É continuar a crer,
Desejam-no tão visceralmente
Que acabam por crer
Algo que só o imaginário lhes oferece…
Quando é tempo de crescer
É que se percebe o que é sofrer
Que o que se pedia era secreta aliança
E o que perdeu
Foi muito mais do que a esperança.
Perder um amor é horrível,
Rasga a pele, devora os sentimentos,
Cria dor e raiva
Cria solidão e ânsia
É capaz de gerar um monstro dentro de nós,
De nos roubar a alma
De nos deixar tão vazios
Tão incapazes de tudo
Incapazes de viver…
Mata o íntimo
Destrói os nossos mais profundos sonhos
Cala a boca,
Ficamos sem capacidade de contar o que nos falta
Prisioneiros da carência
Que esse amor nos traz!
De repente nada faz sentido
Tudo morreu,
Tudo partiu
E nem sequer olhou para trás!
Maravilhosamente, as estrelas salgadas de cristal
Continuam a cair
E criam o seu próprio céu na terra.
Ângela Pinto
terça-feira, 23 de março de 2010
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário